O mapeamento é etapa essencial da cirurgia de Mohs pois permite correlacionar focos tumorais visualizados no exame histológico com a ferida operatória. Classicamente, o mapeamento é realizado com desenho esquemático ou fotografia (Figura 1). Com o intuito de aprimorar os conhecimentos em dermatoscopia, os autores passaram a realizar o mapeamento “derMohscópico”, hoje possível devido à praticidade de captação de imagem de alta qualidade com equipamentos portáteis.

Descrever a experiência dos autores no uso do mapeamento dermatoscópico em cirurgia de Mohs.

Estudo retrospectivo de amostra consecutiva de pacientes submetidos à cirurgia de Mohs e ao mapeamento dermatoscópico, de agosto de 2017 a fevereiro de 2019, em instituição privada e pública. Os dados foram rotineiramente inseridos em um banco de dados após cada cirurgia. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética local. Para permitir correlação entre dermatoscopia e histologia, as marcações de orientação da cirurgia de Mohs, em vez serem feitas com caneta preta apenas, foram realizadas com cores semelhantes às utilizadas no espécime cirúrgico (Figura 2 e 3). Em seguida, a dermatoscopia foi documentada (DermLite Photo II Pro e Cannon EOS Rebel T6), permitindo sua posterior correlação com a histologia (Figura 4). 

209 tumores de 189 pacientes foram incluídos (Gráfico). A média de estágios cirúrgicos foi de 1,3. Em casos com margens positivas, a técnica auxiliou na definição da margem retirada no estágio seguinte. 

O mapeamento “derMohscópico” permite documentar quais tumores têm achados dermatoscópicos sutis ou negativos quando as margens histológicas estão comprometidas (“extensão subdermatoscópica”).