A cirurgia micrográfica de Mohs é o tratamento de escolha para carcinomas cutâneos nasais devido à elevada taxa de cura e à capacidade de poupar tecido sadio. A subsequente reconstrução depende, dentre alguns fatores, do local envolvido.

Descrever a experiência dos autores em reconstrução nasal após cirurgia de Mohs e verificar as diferenças de reparo entre os terços nasais.

Estudo retrospectivo de amostra consecutiva de pacientes com carcinomas cutâneos nasais submetidos à cirurgia de Mohs e reconstrução pelo mesmo dermatologista, de agosto de 2014 a janeiro de 2019, em instituição pública e privada. Os dados foram inseridos em banco de dados após cada cirurgia. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local.

186 casos de 173 pacientes foram incluídos, sendo as subunidades do terço nasal inferior as principais acometidas em 94 deles (Tabela 1 e Figura 1). Reconstruções combinadas foram realizadas em 28% (52/186). Dentre todos os casos, os retalhos foram o principal método de reconstrução (n = 91), seguido pelo fechamento primário (n = 65), enxerto de pele (n = 27) e segunda intenção (n = 3) (Gráfico 2 e Figuras 2-3). Feridas nos dois terços superiores foram mais comumente fechadas primariamente do que no terço inferior (44% x 13%; p < 0.05). Complicações foram incomuns (n = 12), sendo cinco de necrose superficial.

O cirurgião dermatológico deve se familiarizar com diferentes métodos de reconstrução nasal, especialmente para casos localizados no seu terço inferior, onde retalhos e enxertos são mais frequentemente necessários.